quinta-feira, 22 de maio de 2025

 Crônicas Cotidianas...

 

A caneta BIC e o novo golpe

Caminhava ela pela rua Batista de Oliveira, num final de tarde. Um rapaz sorridente parou na sua frente e falou: ‘tudo bem, professora?’. Ela realmente tinha dado aulas em Ponta Grossa, Paraná. Mas não em Juiz de Fora, onde se encontrava. Buscou na memória de onde o conhecia. Ele continuou a conversa: ‘não estou mais na Drogaria Souza; vou me formar em medicina’. Mesmo sem se lembrar quem ele era, ela deu os parabéns, enquanto ele tirava alguma coisa do bolso. Ela imaginou que fosse um cartão.

Para sua surpresa, ele apresentou duas canetas Bic, dizendo que estava vendendo para ajudar na sua formatura. Ao perguntar o preço, a surpresa: ‘vinte reais cada; é pela ‘causa’’. Ela respondeu que não anda com dinheiro; prefere usar cartão ou pix. Prontamente ele respondeu: ‘tenho máquina de cartão’. Mas ela conseguiu se safar, dizendo que não poderia contribuir no momento. Virou-se e saiu.

A história relatada não é fake. É real. Um notório golpe de quem tenta se passar por conhecido, provocar um constrangimento e levar a vítima, pega de surpresa, a cair no laço.

Em tempos recentes uma caneta Bic foi igualmente usada para assinar um termo de posse na presidência de um país. Alguns súditos, incautos na sua maioria, se deslumbraram diante da humildade do eleito. O que também se refletiu, mais tarde, como um golpe, diante dos crimes e roubos praticados por quem tomara posse, com robustas provas. Não condiz com o conceito de ‘humildade’ entrar clandestinamente com joias recebidas do dirigente de um país que adquiriu, naquele governo, refinarias de petróleo a preços muito abaixo dos praticados no mercado. Mas essa é apenas a ponta do iceberg.

Moral da história: qual é o limite e a variedade de golpes que se pode aplicar com uma simples caneta Bic?

 

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